O renascimento da Puglia, videira por videira
A Clarets recebeu reposição dos vinhos da Tenute Rubino, um dos grandes nomes da Puglia contemporânea. Além dos rótulos já conhecidos pelo público, a chegada de novas referências reforça ainda mais a presença do produtor no mercado brasileiro. Entre as novidades, destacam-se os brancos ‘Salende’ Vermentino IGT Salento e ‘Lamiro’ Verdeca IGT Valle d’Itria, além dos tintos ‘Lamo’ Ottavianello DOC Ostuni, ‘Miraglio’ Negroamaro DOC Brindisi e ‘Palombara’ Primitivo di Manduria DOC.
Localizada em Salento, no emblemático “salto da bota” italiana, a vinícola é símbolo do resgate da identidade vitivinícola da região, com foco nas castas autóctones e em uma abordagem que alia história, sustentabilidade e precisão técnica.
A trajetória da família Rubino remonta aos anos 1980, quando Tommaso Rubino adquiriu terras na costa do Adriático, na histórica área de Jaddico, próxima a Brindisi — lugar onde, ainda na época romana, se produziam vinhos exportados em ânforas feitas no próprio local. A vocação daquelas terras foi restaurada com o plantio de castas nativas, como Negroamaro, Primitivo e a quase extinta Susumaniello. Foi seu filho, Luigi Rubino, ao lado da esposa Romina Leopardi, quem vislumbrou o potencial expressivo e singular da Susumaniello, transformando-a no símbolo de um renascimento enológico. Sob sua liderança e com o apoio técnico do agrônomo Piernicola Tondo, do enólogo Luca Petrelli e do consultor Riccardo Cotarella, a Tenute Rubino tornou-se um dos mais respeitados produtores da região.
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Tenute Rubino fez com que uvas típicas da região renascessem e dessem vida a grandes vinhos.
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Atualmente, a vinícola opera cinco propriedades: Jaddico, com vinhas à beira-mar, densidade entre 5.000 e 6.000 plantas por hectare e solos arenosos e calcários; Uggìo-Punta Aquila, no planalto salentino, com solos argilosos escuros e vinhedos entre Brindisi, Mesagne e Cellino San Marco; Ostuni, pequena e preciosa, com vinhas antigas sobre afloramentos rochosos a mais de 200 metros de altitude, dedicada à rara Ottavianello; Palombara, com 21 hectares em Lizzano, inteiramente voltados ao cultivo do Primitivo, no coração do arco Jônico de Taranto; e Padula di Geremia, no interior de Brindisi, onde são cultivadas uvas brancas como Bianco di Alessano, Minutolo e Verdeca, em rendimentos controlados.
A condução agrícola é marcada por práticas sustentáveis: desde 2016, a Tenute Rubino atua conforme o Sistema Nacional de Qualidade da Produção Integrada (SQNPI) e possui a certificação Equalitas, que valida o compromisso ambiental (pegada de carbono e hídrica), social e econômico da vinícola. A colheita é realizada manualmente, e o manejo busca equilíbrio e pureza de expressão, sempre com foco na tipicidade de cada variedade.
Entre os vinhos mais emblemáticos estão o Torre Testa, um varietal de Susumaniello considerado o ícone do novo Salento; o Visellio, um Primitivo de grande profundidade e concentração; e o blend de Jaddico, que reúne terroir, história e elegância.
A Tenute Rubino não apenas recupera a tradição da Puglia — ela reescreve seu futuro, com vinhos que revelam o verdadeiro espírito do sul da Itália.
OS VINHOS
