Logo_SiteLorenzon

França

Côte Chalonnaise

O silêncio do solo, a voz do vinho

Bruno Lorenzon assumiu o domaine familiar de seus pais em 1997, em Mercurey. Com o apoio de sua irmã, Carline, Bruno conduz a propriedade com grande precisão e paixão. Inicialmente com 4,5 hectares, ele expandiu cuidadosamente o domaine para 9 hectares, adquirindo parcelas de alta qualidade em Mercurey e Montagny, sendo a maioria delas classificadas como Premier Cru. Os vinhedos são compostos por cerca de 85% Pinot Noir e 15% Chardonnay. Os vinhos do Domaine Lorenzon são conhecidos por sua pureza, elegância e finesse, rivalizando com a qualidade dos grandes produtores da Côte d’Or.

A filosofia de Bruno é que “grandes uvas representam 90% do trabalho”. Por isso, ele segue uma ética de trabalho rigorosa, com intervenção mínima e máximo entendimento do terroir. A família Lorenzon trabalha há mais de 30 anos sem pesticidas e herbicidas, mantendo rendimentos consistentemente baixos. Em 2004, Bruno implementou o plantio de alta densidade em todas as suas vinhas, chegando a 20.000 videiras por hectare em Les Champs Martin, o dobro da média na Côte d’Or. As videiras também são cultivadas com altura de até 1,70 metros para maximizar a exposição solar. Ele ara o solo com um trator leve para evitar a compactação e o areja na primavera para liberar nitrogênio e controlar ervas daninhas. A colheita é manual, em caixas de 6 quilos, e as uvas são transportadas em caminhões refrigerados.

Na adega, a atenção aos detalhes é fundamental para preservar a finesse dos vinhos. A abordagem de Bruno é contemporânea, mas enraizada em tradições. As uvas brancas são prensadas em cachos inteiros por 4 horas para extrair compostos fenólicos e as borras finas. A fermentação ocorre em barris antigos por 6 a 8 semanas. A fermentação dos tintos é feita com a inclusão parcial dos engaços e dura cerca de 4 semanas, com remontagens a cada 3 ou 4 dias.

Tanto os vinhos tintos quanto os brancos envelhecem por um ano em barricas com 20% a 40% de madeira nova. Bruno, que já foi diretor comercial de uma tanoaria, seleciona pessoalmente a matéria-prima na floresta e produz seus próprios barris. Ele prefere um tostado muito leve para garantir uma integração sutil e harmoniosa da madeira. Após o envelhecimento em barricas, os vinhos passam 6 meses em tanques de aço inoxidável antes de serem engarrafados sem filtração ou clarificação, com uma quantidade mínima de sulfito em todo o processo.

Artadi busca não fazer vinhos, mas traduzir a voz do solo

Ao tratar a terra como um organismo vivo, Artadi adota uma agricultura ecológica, sem uso de substâncias químicas, guiada por um profundo respeito à biodiversidade. Cada vinha é cuidada como um indivíduo, e os processos de produção seguem uma lógica artesanal e atenta. A colheita é manual, realizada em pequenas caixas para preservar a integridade dos cachos. A fermentação ocorre com leveduras indígenas, respeitando o tempo natural de cada mosto, e o estágio se dá em barricas de diversos tamanhos, discretamente utilizadas, permitindo que o vinho evolua com elegância, sem maquiagem de carvalho.

A filosofia da vinícola está ancorada na ideia de que tradição e inovação não são opostas, mas companheiras. Com um olhar voltado para o futuro, mas os pés firmes na história, Artadi organiza sua produção de forma hierárquica, valorizando a origem específica de cada vinho — das expressões regionais às parcelas únicas.

Na Bodega Artadi, fazer vinho não é repetir fórmulas, mas escutar o solo, entender as estações e trabalhar com sensibilidade. É esse compromisso com o lugar — e com as pessoas que o interpretam — que transforma cada garrafa em uma tradução precisa da natureza e do tempo.

Logo_SiteArtadi

OS VINHOS