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França

Côte de Beaune

O silêncio do solo, a voz do vinho

Tudo começou em 1630, quando a família materna de Charles Ballot adquiriu suas primeiras vinhas. O domaine como tal, surgiu no início do século XVIII. Embora tenha sido mais ou menos dividido por heranças a cada geração, o vinhedo foi preservado por mais de duzentos anos e expandido com as vinhas da avó paterna de Charles e, mais recentemente, com as de seus primos.

Depois de um ano nos vinhedos da Nova Zelândia e da Califórnia, Charles retornou à Bourgogne em 2000, com sua experiência de além-mar. Seu pai, Philippe, então lhe passou as rédeas do negócio da família com confiança e tranquilidade.

O domaine produz 60.000 garrafas por ano, em cerca de vinte das mais prestigiadas denominações da Côte de Beaune. A propriedade se estende por mais de dez hectares: 8 hectares de uvas brancas da variedade Chardonnay nos municípios de Meursault e Chassagne Montrachet, 2 hectares de Pinot Noir em Pommard, Volnay e Beaune, aos quais se somam meio hectare de Aligoté. A idade média das vinhas é de 45 anos.

Respeitoso com seu patrimônio excepcional e preocupado em preservar o meio ambiente, Charles Ballot, que está certo de fazer a transição para a agricultura orgânica em breve, combina os métodos tradicionais da família com técnicas modernas de viticultura e vinificação. As vinhas são aradas, o uso de herbicidas químicos é proibido e os tratamentos são parcimoniosos.

Os princípios que ele segue são: não agredir o solo, não estressar a videira e estar atento às suas necessidades. Cada novo ano é um desafio e exige uma adaptação constante às condições climáticas específicas. É essa versatilidade da natureza que elimina a rotina e torna a profissão de viticultor fascinante, forçando-o a buscar inspiração em sua alma de artista.

Em relação à vinificação, o mosto é colocado em barris e, graças às leveduras indígenas, a fermentação alcoólica ocorre na adega, nos próprios barris e em temperatura ambiente.

A fermentação malolática acontece logo em seguida, o que permite que o vinho envelheça por cerca de doze meses no mesmo barril e sem bâtonnage. Durante esse processo, o controle do nível de oxigênio é rigoroso, pois a longevidade do vinho depende disso.

O uso de barricas novas é moderado, variando de 10% a 15% para as denominações “Village” e de 20% a 25% para os “Premiers Crus”. Essa proporção pode mudar dependendo das características de cada safra.

Artadi busca não fazer vinhos, mas traduzir a voz do solo

Ao tratar a terra como um organismo vivo, Artadi adota uma agricultura ecológica, sem uso de substâncias químicas, guiada por um profundo respeito à biodiversidade. Cada vinha é cuidada como um indivíduo, e os processos de produção seguem uma lógica artesanal e atenta. A colheita é manual, realizada em pequenas caixas para preservar a integridade dos cachos. A fermentação ocorre com leveduras indígenas, respeitando o tempo natural de cada mosto, e o estágio se dá em barricas de diversos tamanhos, discretamente utilizadas, permitindo que o vinho evolua com elegância, sem maquiagem de carvalho.

A filosofia da vinícola está ancorada na ideia de que tradição e inovação não são opostas, mas companheiras. Com um olhar voltado para o futuro, mas os pés firmes na história, Artadi organiza sua produção de forma hierárquica, valorizando a origem específica de cada vinho — das expressões regionais às parcelas únicas.

Na Bodega Artadi, fazer vinho não é repetir fórmulas, mas escutar o solo, entender as estações e trabalhar com sensibilidade. É esse compromisso com o lugar — e com as pessoas que o interpretam — que transforma cada garrafa em uma tradução precisa da natureza e do tempo.

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