

A grandeza dos Pagos de Ribera del Duero
A arte de fazer vinho parece correr nas veias de Benoit e Sébastien Danjou-Banessy. Geração após geração, uvas e vinhas têm sido parte da herança de sua família. Na década de 1950, o avô dos irmãos comprou mais vinhedos e criou uma “biblioteca” de vinhos “rancios”. Benoit trabalhou ao lado dele até 2000, quando produziram a última colheita juntos, antes de o neto assumir a propriedade. Cinco anos depois, Sébastien, que era professor de inglês, juntou-se a Benoit.
Hoje, os irmãos são os guardiões da herança vinícola da família, preservando seu valioso estoque de vinhos fortificados Rivesaltes. No entanto, foram a primeira geração a introduzir vinhos tranquilos, brancos e tintos secos, produzidos a partir de vinhas velhas de castas locais, como a rara Carignan Gris.
Sua missão é colocar sua cidade natal, Espira de l’Agly, no mapa, produzindo vinhos com um frescor raro no sul da França. O método de produção é biodinâmico e não-intervencionista, um legado de gerações. Todos esses fatores resultam em vinhos deliciosos que são vivos, elegantes e de textura suave, com uma pureza e precisão que lembram a influência de Rayas, produtor que eles idolatram.
A viticultura da família é hercúlea e “totalmente insana”, indo além da biodinâmica para se adaptar ao clima do sul. As vinhas, de 15 a 120 anos, estão fragmentadas em 15 hectares sobre um terroir misto de arenito, calcário e, principalmente, xisto — incluindo o raro xisto preto, que dá ao solo a cor de alcatrão.
Com a dedicação de proteger as vinhas de Grenache e Carignan de mais de 100 anos, eles também se aventuram em novos projetos ambiciosos. Um deles é o Clos desEscounils, um terreno remoto cercado por floresta e muros de pedra, onde cultivam vinhas quase abandonadas de Grenache Blanc, Noir e Gris. Com a produção anual de 40.000 garrafas, os irmãos Danjou-Banessy não são apenas custodiantes do passado, mas também construtores do futuro para a próxima geração.
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Artadi busca não fazer vinhos, mas traduzir a voz do solo
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Ao tratar a terra como um organismo vivo, Artadi adota uma agricultura ecológica, sem uso de substâncias químicas, guiada por um profundo respeito à biodiversidade. Cada vinha é cuidada como um indivíduo, e os processos de produção seguem uma lógica artesanal e atenta. A colheita é manual, realizada em pequenas caixas para preservar a integridade dos cachos. A fermentação ocorre com leveduras indígenas, respeitando o tempo natural de cada mosto, e o estágio se dá em barricas de diversos tamanhos, discretamente utilizadas, permitindo que o vinho evolua com elegância, sem maquiagem de carvalho.
A filosofia da vinícola está ancorada na ideia de que tradição e inovação não são opostas, mas companheiras. Com um olhar voltado para o futuro, mas os pés firmes na história, Artadi organiza sua produção de forma hierárquica, valorizando a origem específica de cada vinho — das expressões regionais às parcelas únicas.
Na Bodega Artadi, fazer vinho não é repetir fórmulas, mas escutar o solo, entender as estações e trabalhar com sensibilidade. É esse compromisso com o lugar — e com as pessoas que o interpretam — que transforma cada garrafa em uma tradução precisa da natureza e do tempo.


OS VINHOS








