

O silêncio do solo, a voz do vinho
A família Jobard se estabeleceu por volta de 1860 em Meursault e agora o domaine é administrado pela quinta geração, Antoine Jobard, filho de François Jobard. Este produtor possui aproximadamente 5 hectares de vinhas em Meursault e, apesar de ter uma produção minúscula, de apenas 2.000 caixas por ano, outros respeitados produtores como Coche-Dury e Raveneau têm muito respeito por seus vinhos e são generosos com seus elogios quando Jobard surge em uma conversa.
A vinificação dos vinhos é tradicional, no entanto, Jobard abomina o uso excessivo de carvalho novo e a bâtonnage, que, segundo ele, servem apenas para embelezar os vinhos quando jovens, mas acrescentam pouco ao seu potencial de envelhecimento a longo prazo. Os vinhos deste produtor não são extravagantes, mas graciosos e firmes, exibindo uma intensidade mineral surpreendente e grande delicadeza. Já são excelentes na barrica, mas depois precisam de alguns anos na garrafa antes de mostrarem todas suas qualidades, ou seja, são vinhos com grande potencial de guarda.
Todos os vinhos Jobard envelhecem em barricas e passam um longo período nas caves de Meursault. Na sua juventude, estes vinhos possuem muitas vezes uma estrutura mineral intensa que só começa a amolecer com o envelhecimento em garrafa. Embora François e Antoine trabalhem lado a lado, Antoine trouxe sua própria assinatura ao domaine: uma acessibilidade maior aos vinhos, todos deliciosos e prontos para beber imediatamente. Dito isso, o legado de Jobard continua vivo, e os vinhos ainda explodirão com aromas intensos de favo de mel e pedra com o passar dos anos.
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Artadi busca não fazer vinhos, mas traduzir a voz do solo
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Ao tratar a terra como um organismo vivo, Artadi adota uma agricultura ecológica, sem uso de substâncias químicas, guiada por um profundo respeito à biodiversidade. Cada vinha é cuidada como um indivíduo, e os processos de produção seguem uma lógica artesanal e atenta. A colheita é manual, realizada em pequenas caixas para preservar a integridade dos cachos. A fermentação ocorre com leveduras indígenas, respeitando o tempo natural de cada mosto, e o estágio se dá em barricas de diversos tamanhos, discretamente utilizadas, permitindo que o vinho evolua com elegância, sem maquiagem de carvalho.
A filosofia da vinícola está ancorada na ideia de que tradição e inovação não são opostas, mas companheiras. Com um olhar voltado para o futuro, mas os pés firmes na história, Artadi organiza sua produção de forma hierárquica, valorizando a origem específica de cada vinho — das expressões regionais às parcelas únicas.
Na Bodega Artadi, fazer vinho não é repetir fórmulas, mas escutar o solo, entender as estações e trabalhar com sensibilidade. É esse compromisso com o lugar — e com as pessoas que o interpretam — que transforma cada garrafa em uma tradução precisa da natureza e do tempo.


OS VINHOS








