

O silêncio do solo, a voz do vinho
O Domaine Bachelet-Monnot foi fundado pelos irmãos Alexandre e Marc Bachelet em 2005, após uma reorganização dos vinhedos da família nas regiões de Maranges, Santenay, Chassagne e Puligny-Montrachet. Atualmente o domaine, localizado em Deize-lès-Maranges, possui 22 hectares, sendo que 8 deles estão localizados na comuna de Maranges. Os irmãos Bachelet, apesar da pouca idade, já são considerados duas estrelas em ascensão em Côte de Beaune, produzindo vinhos de altíssima qualidade e com enorme reconhecimento dos críticos, como Neil Martin, que acredita que seus vinhos serão um dos mais valorizados e reconhecidos de toda Cote d’Or em breve.
O produtor é adepto a práticas sustentáveis nos seus vinhedos. Grande parte das vinhas são antigas, o que, combinado com uma gestão que prioriza o terroir e práticas orgânicas, acaba por resultar em uvas que dão uma fruta pura e bastante concentrada. Na vinificação dos vinhos brancos, os irmãos Bachelet evitam a bâtonnage, por acreditarem que esconde a sua pureza. Os vinhos são envelhecidos em barricas de 350 litros por um período de 12 meses , dificilmente sendo mais que 25% novos, e por mais 6 a 8 meses em tanques de aço inoxidável para os brancos, enquanto os tintos ficam igual período em cubas de concreto. A produção anual total do produtor é apenas 8.300 caixas, incluindo brancos e tintos.
O seu branco 1er Cru En Remilly de Saint–Aubin rapidamente se tornou não apenas o cru mais procurado em Saint-Aubin, mas também na maioria da Bourgogne, graças à sua posição acima do Grand Cru de Montrachet. Já o branco de Puligny-Montrachet vem de 4 vinhas velhas de Les Corvées, Les Meix, Les Houillières e Noyer Bret. O Puligny-Montrachet 1er Cru Les Folatières é proveniente de vinhas antigas, com idade média de 50 anos, situadas no canto noroeste deste emblemático vinhedo. Como tal, os vinhos de Les Folatières gravitam em torno da mineralidade, e os deste produtor, em específico, se inclinam perfeitamente bem nessa direção. Indo para os tintos o produtor produz um dos melhores vinhos comunais de Maranges, proveniente de vinhas antigas. E por fim, o Maranges 1er Cru Clos de la Boutière, cujas vinhas têm idade média de 75 anos e fazem fronteira com o Clos Rousseau 1er cru de Santenay, em uma das localizações mais privilegiadas da comuna de Maranges.
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Artadi busca não fazer vinhos, mas traduzir a voz do solo
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Ao tratar a terra como um organismo vivo, Artadi adota uma agricultura ecológica, sem uso de substâncias químicas, guiada por um profundo respeito à biodiversidade. Cada vinha é cuidada como um indivíduo, e os processos de produção seguem uma lógica artesanal e atenta. A colheita é manual, realizada em pequenas caixas para preservar a integridade dos cachos. A fermentação ocorre com leveduras indígenas, respeitando o tempo natural de cada mosto, e o estágio se dá em barricas de diversos tamanhos, discretamente utilizadas, permitindo que o vinho evolua com elegância, sem maquiagem de carvalho.
A filosofia da vinícola está ancorada na ideia de que tradição e inovação não são opostas, mas companheiras. Com um olhar voltado para o futuro, mas os pés firmes na história, Artadi organiza sua produção de forma hierárquica, valorizando a origem específica de cada vinho — das expressões regionais às parcelas únicas.
Na Bodega Artadi, fazer vinho não é repetir fórmulas, mas escutar o solo, entender as estações e trabalhar com sensibilidade. É esse compromisso com o lugar — e com as pessoas que o interpretam — que transforma cada garrafa em uma tradução precisa da natureza e do tempo.


OS VINHOS








