

O silêncio do solo, a voz do vinho
O Domaine Méo-Camuzet é um dos mais respeitados produtores de toda a Bourgogne e está situado na reputada região de Vosne-Romanée. Dois grandes nomes estão associados a história deste domaine. O primeiro é de uma figura política importante durante as primeiras décadas dos anos 1900, Etienne Camuzet, que adquiriu diversas propriedades na região, incluindo o Château de Clos de Vougeot. As propriedades foram sendo herdadas pelos familiares e cuidadas por meeiros. Em 1959, Jean Méo assumiu a propriedade, que passou a engarrafar os próprios vinhos em 1985. A outra personalidade que está associada a história do domaine é o grandioso Henri Jayer, que foi convidado para cuidar das vinhas do Domaine Méo-Camuzet durante a Segunda Guerra Mundial e permaneceu como meeiro até 1988, quando se aposentou desta função, mas seguiu ativo em outras funções no domaine até falecer em 2006, deixando o seu legado que permanece até hoje nos vinhos deste importante produtor.
Os vinhos do Domaine Méo-Camuzet têm como principais características o requinte e a complexidade. O primeiro passo para conseguir ambas está no cuidado das vinhas. Com a assistência de Henri Jayer, Jean-Nicolas foi aprimorando um método próprio de viticultura no domaine herdado pelo seu pai. O cultivo é orgânico na maioria dos vinhedos, com colheita manual e processos de interferência mínima nos ciclos naturais da vinha. Para revelar a personalidade de um terroir, é preciso respeitar as diferenças de cada safra; para produzir uns dos melhores vinhos de toda a Bourgogne, entretanto, é essencial saber extrair a quintessência desses vinhedos únicos.
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Artadi busca não fazer vinhos, mas traduzir a voz do solo
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Ao tratar a terra como um organismo vivo, Artadi adota uma agricultura ecológica, sem uso de substâncias químicas, guiada por um profundo respeito à biodiversidade. Cada vinha é cuidada como um indivíduo, e os processos de produção seguem uma lógica artesanal e atenta. A colheita é manual, realizada em pequenas caixas para preservar a integridade dos cachos. A fermentação ocorre com leveduras indígenas, respeitando o tempo natural de cada mosto, e o estágio se dá em barricas de diversos tamanhos, discretamente utilizadas, permitindo que o vinho evolua com elegância, sem maquiagem de carvalho.
A filosofia da vinícola está ancorada na ideia de que tradição e inovação não são opostas, mas companheiras. Com um olhar voltado para o futuro, mas os pés firmes na história, Artadi organiza sua produção de forma hierárquica, valorizando a origem específica de cada vinho — das expressões regionais às parcelas únicas.
Na Bodega Artadi, fazer vinho não é repetir fórmulas, mas escutar o solo, entender as estações e trabalhar com sensibilidade. É esse compromisso com o lugar — e com as pessoas que o interpretam — que transforma cada garrafa em uma tradução precisa da natureza e do tempo.


OS VINHOS








