

A grandeza dos Pagos de Ribera del Duero
Depois de 30 anos como diretor técnico de Vega-Sicilia, Mariano García decidiu seguir outros rumos, mas não ficou longe dos vinhos. No inverno de 1999, uniu-se a Javier Zaccagnini para criar a Bodega Aalto, um ambicioso projeto para produzir vinhos de altíssima qualidade fiel às expressões dos diversos “pueblos” ao redor de Valladolid.
As famílias Masaveu e Nozaleda, produtores tradicionais da Espanha, incorporaram-seem 2006 à vinícola, trazendo as suas experiências em diferentes regiões vinícolas, e ajudando a consolidar um projeto cujas primeiras safras foram vinificadas em instalações alugadas na província de Burgos.
São controlados 130 hectares divididos em 200 parcelas situadas em nove povoados diferentes. De oito vinhedos históricos – de vinhas velhas entre os 40 e 100 anos, de baixo rendimento – espalhados pela região de Ribera del Duero, García seleciona o que há de mais especial da Tinto Fino (Tempranillo) para produzir dois vinhos: Aalto e Aalto PS – PS significa Pagos Seleccionados, e Pagos se referem aos principais vinhedos da região. Em todas as vinhas controladas pelo projeto é buscada a mínima intervenção humana, sendo vedado o uso de herbicidas ou fertilizantes químicos.
O nome Aalto deve-se ao arquiteto finlandês Alvar Aalto, um dos principais expoentes da arquitetura da primeira metade do século XX. A sede da vinícola fica no charmoso povoado de Quintanilla de Arriba, província de Valladolid, numa parcela de 15 hectares. O projeto arquitetônico é tão moderno quanto a vitivinicultura, e foi integralmente concluído em 2016.
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Artadi busca não fazer vinhos, mas traduzir a voz do solo
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Ao tratar a terra como um organismo vivo, Artadi adota uma agricultura ecológica, sem uso de substâncias químicas, guiada por um profundo respeito à biodiversidade. Cada vinha é cuidada como um indivíduo, e os processos de produção seguem uma lógica artesanal e atenta. A colheita é manual, realizada em pequenas caixas para preservar a integridade dos cachos. A fermentação ocorre com leveduras indígenas, respeitando o tempo natural de cada mosto, e o estágio se dá em barricas de diversos tamanhos, discretamente utilizadas, permitindo que o vinho evolua com elegância, sem maquiagem de carvalho.
A filosofia da vinícola está ancorada na ideia de que tradição e inovação não são opostas, mas companheiras. Com um olhar voltado para o futuro, mas os pés firmes na história, Artadi organiza sua produção de forma hierárquica, valorizando a origem específica de cada vinho — das expressões regionais às parcelas únicas.
Na Bodega Artadi, fazer vinho não é repetir fórmulas, mas escutar o solo, entender as estações e trabalhar com sensibilidade. É esse compromisso com o lugar — e com as pessoas que o interpretam — que transforma cada garrafa em uma tradução precisa da natureza e do tempo.


OS VINHOS








