

O silêncio do solo, a voz do vinho
Adrien Renoir, juntamente com seu pai, Vincent, possui cerca de 5 hectares de terras em Verzy, uma região de clássicos vinhedos Grand Cru em Champagne. Ele representa a quinta geração de produtores de sua família, que hoje se destaca por sua excelência em criar alguns dos Champagnes mais representativos de suas castas e terroir. Renoir tira o máximo de seus “lieu-dit” cultivando organicamente e com práticas biodinâmicas, fermentando com leveduras indígenas e usando a madeira e as cubas de aço de forma extremamente meticulosa.
A experiência e o conhecimento transmitidos de pai para filho permitiram que eles produzissem vinhos enriquecidos com sua personalidade. Desde 2015, Adrien assumiu as rédeas da propriedade. Os vinhos, antes nomeados Vincent Renoir, passaram a ostentar seu nome no rótulo. Ele convenceu o pai a mudar o cultivo para orgânico eintegrou alguns “lieu-dits” singulares como “Les Epinettes”, com vinhedos plantados com cortes de seleção massal entre 1961 e 1971. Hoje seus espumantes estão entre os mais finos e representativos dos terroirs da região.
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Artadi busca não fazer vinhos, mas traduzir a voz do solo
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Ao tratar a terra como um organismo vivo, Artadi adota uma agricultura ecológica, sem uso de substâncias químicas, guiada por um profundo respeito à biodiversidade. Cada vinha é cuidada como um indivíduo, e os processos de produção seguem uma lógica artesanal e atenta. A colheita é manual, realizada em pequenas caixas para preservar a integridade dos cachos. A fermentação ocorre com leveduras indígenas, respeitando o tempo natural de cada mosto, e o estágio se dá em barricas de diversos tamanhos, discretamente utilizadas, permitindo que o vinho evolua com elegância, sem maquiagem de carvalho.
A filosofia da vinícola está ancorada na ideia de que tradição e inovação não são opostas, mas companheiras. Com um olhar voltado para o futuro, mas os pés firmes na história, Artadi organiza sua produção de forma hierárquica, valorizando a origem específica de cada vinho — das expressões regionais às parcelas únicas.
Na Bodega Artadi, fazer vinho não é repetir fórmulas, mas escutar o solo, entender as estações e trabalhar com sensibilidade. É esse compromisso com o lugar — e com as pessoas que o interpretam — que transforma cada garrafa em uma tradução precisa da natureza e do tempo.


OS VINHOS








