O silêncio do solo, a voz do vinho
A história do domaine remonta ao início do século XX, quando Etienne Sauzet herdou e comprou vários lotes de vinhas no município de Puligny-Montrachet. Em 1974, um ano antes da morte de Etienne, a propriedade passou a ser administrada por Jeanine Boillot, neta de Sauzet, e seu marido, Gérard Boudot. Atualmente, a propriedade é gerida pela filha de Boudot e Sauzet, Emilie, e seu marido Benoît Riffault. O domaine possui 14 hectares de vinhas, produzindo alguns dos melhores vinhos da região.
O domaine tem cultivado suas vinhas organicamente desde 2006 e após dois anos de testes, todas passaram a ser cultivadas de forma biodinâmica a partir de 2010. No cerne dos princípios fundamentais do produtor, pode-se citar o cuidado particular com as vinhas, a manutenção regular da vida do solo e a importância atribuída ao material vegetal cuja energia será transmitida às uvas e posteriormente ao vinho.
As uvas são classificadas sistematicamente antes da prensagem, o mosto é colocado em barricas no dia seguinte à colheita e inicia-se o processo de fermentação. Os vinhos envelhecem 18 meses, incluindo 12 meses em barricas e 6 meses em borras finas em cubas de inox, a proporção de barricas novas dificilmente ultrapassa 25% e o cuidado particular dispensado às uvas e o envelhecimento minucioso de cada cuvée permite produzir vinhos excepcionais, com um potencial de envelhecimento inegável. Após quatro gerações, o Domaine Etienne Sauzet continua sendo sinônimo de Chardonnay borgonhês elegante e da mais alta qualidade, com seus vinhos sendo reconhecidos mundialmente por sua pureza e requinte.
“
Artadi busca não fazer vinhos, mas traduzir a voz do solo
”
Ao tratar a terra como um organismo vivo, Artadi adota uma agricultura ecológica, sem uso de substâncias químicas, guiada por um profundo respeito à biodiversidade. Cada vinha é cuidada como um indivíduo, e os processos de produção seguem uma lógica artesanal e atenta. A colheita é manual, realizada em pequenas caixas para preservar a integridade dos cachos. A fermentação ocorre com leveduras indígenas, respeitando o tempo natural de cada mosto, e o estágio se dá em barricas de diversos tamanhos, discretamente utilizadas, permitindo que o vinho evolua com elegância, sem maquiagem de carvalho.
A filosofia da vinícola está ancorada na ideia de que tradição e inovação não são opostas, mas companheiras. Com um olhar voltado para o futuro, mas os pés firmes na história, Artadi organiza sua produção de forma hierárquica, valorizando a origem específica de cada vinho — das expressões regionais às parcelas únicas.
Na Bodega Artadi, fazer vinho não é repetir fórmulas, mas escutar o solo, entender as estações e trabalhar com sensibilidade. É esse compromisso com o lugar — e com as pessoas que o interpretam — que transforma cada garrafa em uma tradução precisa da natureza e do tempo.
OS VINHOS
Anterior
Próximo