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França

Côte de Nuits

O silêncio do solo, a voz do vinho

O Domaine Fourrier, localizado em Gevrey-Chambertin, na Bourgogne, é uma propriedade com uma rica história de quatro gerações. Tudo começou com Fernand Pernot, que fundou o domaine entre as décadas de 1930 e 1940. Solteiro e sem filhos, ele passou a gestão da propriedade para seu sobrinho, Jean-Claude Fourrier, em 1969. Em 1994, o filho de Jean-Claude, Jean-Marie, se juntou ao negócio da família, trazendo a experiência de estágios com o renomado Henry Jayer e no Domaine Drouhin, no Oregon. Atualmente, Jean-Marie conta com o apoio de sua irmã Isabelle e de sua esposa Vicki.

A maioria dos vinhedos do Domaine Fourrier é notavelmente antiga, com videiras plantadas majoritariamente entre as duas guerras mundiais. Isso significa que elas são provenientes de material genético local, e não de clones modernos, o que contribui para a singularidade dos vinhos. Embora o domínio não seja oficialmente biodinâmico, a filosofia de Jean-Marie compartilha muitos princípios com essa abordagem. A intervenção humana é mínima tanto na adega quanto nos vinhedos. Um dos pilares do trabalho de Fourrier é o profundo respeito pelo terroir. Todos os vinhedos, incluindo os Premier e Grand Cru, são vinificados separadamente para expressar com precisão o caráter de cada parcela.

Para garantir a saúde das uvas e a pureza do vinho, a propriedade não utiliza fertilizantes químicos. Tratamentos contra fungos e insetos são aplicados somente quando estritamente necessário. No inverno, uma poda rigorosa controla a produção e garante a qualidade das uvas. O objetivo principal é alcançar um equilíbrio natural entre o crescimento da videira e a produção, adaptando-se às condições de cada estação. Na época da colheita, a equipe é instruída a remover qualquer uva danificada antes que os cachos sejam colocados nas cestas, assegurando que apenas as melhores uvas cheguem à adega.

Na adega, o foco de Jean-Marie é preservar a sedosidade e a pureza da fruta. O processo começa com uma mesa de classificação vibratória, onde as uvas são selecionadas, e depois segue para a remoção total dos engaços. Ele não resfria as cubas no início da fermentação, permitindo uma pré-maceração natural de 3 a 4 dias antes que as leveduras selvagens comecem a fermentar. Após a fermentação, as cubas são resfriadas a cerca de 12°C para inibir o início precoce da fermentação malolática.

Todos os vinhos, dos Villages aos Grand Crus, são maturados em carvalho, com uma proporção de apenas 20% de barris novos. Essa baixa porcentagem tem o objetivo de evitar que o vinho seja influenciado por sabores da madeira. Cerca de dois meses antes do engarrafamento, na primavera, dezoito meses após a colheita, os vinhos são transferidos para tanques.

O resultado desse trabalho meticuloso são vinhos cativantes, que refletem fielmente seu local de origem. Eles se destacam pela cor brilhante e por aromas de frutas vermelhas extremamente puras, que convidam a uma experiência sensorial única.

Artadi busca não fazer vinhos, mas traduzir a voz do solo

Ao tratar a terra como um organismo vivo, Artadi adota uma agricultura ecológica, sem uso de substâncias químicas, guiada por um profundo respeito à biodiversidade. Cada vinha é cuidada como um indivíduo, e os processos de produção seguem uma lógica artesanal e atenta. A colheita é manual, realizada em pequenas caixas para preservar a integridade dos cachos. A fermentação ocorre com leveduras indígenas, respeitando o tempo natural de cada mosto, e o estágio se dá em barricas de diversos tamanhos, discretamente utilizadas, permitindo que o vinho evolua com elegância, sem maquiagem de carvalho.

A filosofia da vinícola está ancorada na ideia de que tradição e inovação não são opostas, mas companheiras. Com um olhar voltado para o futuro, mas os pés firmes na história, Artadi organiza sua produção de forma hierárquica, valorizando a origem específica de cada vinho — das expressões regionais às parcelas únicas.

Na Bodega Artadi, fazer vinho não é repetir fórmulas, mas escutar o solo, entender as estações e trabalhar com sensibilidade. É esse compromisso com o lugar — e com as pessoas que o interpretam — que transforma cada garrafa em uma tradução precisa da natureza e do tempo.

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