

Uma história de paixão e tradição
Claude-Emmanuelle e Louis-Benoît sucederam a seu pai, Louis-Claude Desvignes. O nome deles evoca tanto a profissão quanto a filiação. Essas raízes poderosas os fixaram ao mesmo tempo em que lhes permitiram questionar o que significa dar continuidade ao trabalho. Ao orgulho do aprendizado familiar, somou-se o desejo de se alinhar às questões contemporâneas, buscando um equilíbrio entre excelência e singularidade.
Para eles, a essência do trabalho é saber o que devem manter e o que devem soltar. É preciso, por vezes, tomar decisões no calor do momento, calcular o risco e, no final das contas, intervir pouco, confiando na terra sem ser ingênuo. Eles se obstinam de forma sensata e sabem ser prudentes em outros momentos, deixando os vinhos viverem suas próprias vidas. Aprendem com eles, mas sem se deixar levar pelo nariz. E, embora encontrem conforto no controle extremo, não negligenciam sua intuição, da qual podem tirar grandes lições. A sinceridade, a cumplicidade e o ato de saber ouvir são pilares essenciais do seu ofício.
Os vinhos da propriedade partem para outros lugares para levar o Beaujolais, que é muito “Desvignes”. Eles imaginam, elaboram e amadurecem seus vinhos para que um dia eles os deixem e viajem pelo mundo. Nada é mais bonito para eles do que vê-los partir, pois eles irão fazer ecoar a música do Beaujolais, com a cadência que o domainelhes dá. Eles carregarão esse “som Desvignes”, reconhecível nas mesas e nas adegas de clientes, restaurantes, bares de vinho… Essa música irá cruzar fronteiras com total cordialidade, a menos que se enrole nas mesas ao lado. É todo um repertório para ser saboreado.
Os vinhos são feitos para expressar, unir e alegrar. Eles vêm do seu terroir: seguem o ritmo das estações, são amadurecidos pacientemente com o mínimo de intervenção possível, trabalhados com respeito. São vinhos que sabem esperar, mas que não se deve esquecer de beber.
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Artadi busca não fazer vinhos, mas traduzir a voz do solo
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Ao tratar a terra como um organismo vivo, Artadi adota uma agricultura ecológica, sem uso de substâncias químicas, guiada por um profundo respeito à biodiversidade. Cada vinha é cuidada como um indivíduo, e os processos de produção seguem uma lógica artesanal e atenta. A colheita é manual, realizada em pequenas caixas para preservar a integridade dos cachos. A fermentação ocorre com leveduras indígenas, respeitando o tempo natural de cada mosto, e o estágio se dá em barricas de diversos tamanhos, discretamente utilizadas, permitindo que o vinho evolua com elegância, sem maquiagem de carvalho.
A filosofia da vinícola está ancorada na ideia de que tradição e inovação não são opostas, mas companheiras. Com um olhar voltado para o futuro, mas os pés firmes na história, Artadi organiza sua produção de forma hierárquica, valorizando a origem específica de cada vinho — das expressões regionais às parcelas únicas.
Na Bodega Artadi, fazer vinho não é repetir fórmulas, mas escutar o solo, entender as estações e trabalhar com sensibilidade. É esse compromisso com o lugar — e com as pessoas que o interpretam — que transforma cada garrafa em uma tradução precisa da natureza e do tempo.


OS VINHOS








