Logo_Site_Chantereves

França

Côte de Beaune

O silêncio do solo, a voz do vinho

A Maison Chanterêves é um dos mais aclamados produtores da região de Savigny-lès-Beaune, na Bourgogne. A japonesa Tomoko Kuriyama estava na Alemanha há alguns anos, trabalhando na tradicional Weingut Altenkirch, em Rheingau, até que em 2005, decidiu fazer um estágio de duas semanas na Bourgogne, “para bisbilhotar e levar o conhecimento para a Alemanha”, diz ela. Foi recebida no Domaine Simon Bize, onde encontrou o francês Guillaume Bott, responsável pela vinificação dos brancos, os dois logo se deram bem, casaram-se e, em 2010, decidiram criar um negócio próprio, a Maison Chanterêves – um nome que remete a algo como “cantar os seus sonhos”.

Eles estabeleceram sua casa e sua vinícola em Savigny-lès-Beaune. Diante do rápido crescimento da propriedade e com a notoriedade que o projeto ganhou em pouco tempo, Guillaume, que até o começo 2022 dividia seu tempo entre Simon Bize e Chanterêves, agora está 100% ao lado da esposa no projeto. Como filosofia de produção, eles tendem a empregar uma alta porcentagem de fermentação com cachos inteiros (“a melhor forma de mostrar a energia da fruta”), uma dose muito baixa (ou zero) de sulfitos, leveduras indígenas e sem controle de temperatura, pois Tomoko acredita que isso é uma intervenção muito grande. São cuvées pensadas na estética do “vinho natural”, ou seja, expressões diretas do terroir, refletindo a pureza dos locais “sans maquillage”. “Precisão e simplicidade” é como Guillaume resume a vitivinicultura da Maison Chanterêves.

Artadi busca não fazer vinhos, mas traduzir a voz do solo

Ao tratar a terra como um organismo vivo, Artadi adota uma agricultura ecológica, sem uso de substâncias químicas, guiada por um profundo respeito à biodiversidade. Cada vinha é cuidada como um indivíduo, e os processos de produção seguem uma lógica artesanal e atenta. A colheita é manual, realizada em pequenas caixas para preservar a integridade dos cachos. A fermentação ocorre com leveduras indígenas, respeitando o tempo natural de cada mosto, e o estágio se dá em barricas de diversos tamanhos, discretamente utilizadas, permitindo que o vinho evolua com elegância, sem maquiagem de carvalho.

A filosofia da vinícola está ancorada na ideia de que tradição e inovação não são opostas, mas companheiras. Com um olhar voltado para o futuro, mas os pés firmes na história, Artadi organiza sua produção de forma hierárquica, valorizando a origem específica de cada vinho — das expressões regionais às parcelas únicas.

Na Bodega Artadi, fazer vinho não é repetir fórmulas, mas escutar o solo, entender as estações e trabalhar com sensibilidade. É esse compromisso com o lugar — e com as pessoas que o interpretam — que transforma cada garrafa em uma tradução precisa da natureza e do tempo.

Logo_Site_Chantereves

OS VINHOS