Um Legado de Tradição e Terroir
A história dos vinhos da Tenuta San Guido começou em 1942, quando o empresário piemontês Mario Incisa della Rocchetta decidiu plantar vinhas de Cabernet em sua propriedade na costa da Toscana. Insatisfeito com os vinhos locais e inspirado pelos grandes vinhos franceses, ele perseverou em seu projeto, apesar da falta de compreensão inicial. O ponto de virada veio com a colaboração de seu sobrinho, Piero Antinori, e do enólogo Giacomo Tachis. Juntos, eles aprimoraram a produção, e o lendário Sassicaia estreou no mercado com a safra de 1968, com o rótulo que ainda hoje é usado. O sucesso do Sassicaia transformou Bolgheri, que antes era uma região ignorada, em um centro de prestígio para os vinhos italianos.
A propriedade, que começou com uma produção de nicho, hoje abrange 2.500 hectares, sendo 100 de vinhedos, e produz mais de 200.000 garrafas por ano. A Tenuta San Guido é atualmente presidida pelo filho de Mario Incisa, Nicolò, que, com a família, preserva com paixão a filosofia original da empresa.
A filosofia é criar vinhos autênticos que reflitam seu terroir e as particularidades de cada safra. A gestão técnica é coordenada pelo agrônomo Nicola Politi e uma equipe que inclui Nicolò Incisa, o diretor Carlo Paoli e a enóloga Graziana Grassini. A produção é guiada por escolhas precisas, como o uso de leveduras indígenas, um trabalho agronômico meticuloso com rendimentos extremamente baixos e uma seleção manual cuidadosa das uvas para garantir a máxima qualidade.
Os 100 hectares de vinhedos têm exposição a sudoeste e altitudes que variam de 100 a 400 metros. Os solos de argila calcária, ricos em minerais, são ideais para dar aos vinhos concentração e potencial de envelhecimento. O clima, tipicamente mediterrâneo, é temperado pela brisa do Mar Tirreno.
A Tenuta San Guido produz três rótulos distintos. O Sassicaia, o vinho mais icônico, é um blend de 85% de Cabernet Sauvignon e 15% de Cabernet Franc, envelhecido por 24 meses em barricas de carvalho francês. É um vinho elegante e refinado, com aromas de mirtilo, eucalipto e ervas, e um paladar encorpado e harmonioso. A safra de 2015 foi eleita o melhor vinho do mundo em 2018 pela Wine Spectator.
O Guidalberto é um blend de Cabernet Sauvignon e Merlot, envelhecido por 15 meses em barricas de carvalho francês e americano. É um vinho elegante, com aromas de frutas silvestres maduras e notas balsâmicas, e um paladar suculento e suave, com excelente persistência. Por fim, o Le Difese, vinho de entrada do domínio, é um blend de Cabernet Sauvignon e Sangiovese, envelhecido por 12 meses em barricas de carvalho. Ele combina a frescura do Sangiovese com a potência do Cabernet, resultando em um vinho cativante e de ótima qualidade.
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Artadi busca não fazer vinhos, mas traduzir a voz do solo
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Ao tratar a terra como um organismo vivo, Artadi adota uma agricultura ecológica, sem uso de substâncias químicas, guiada por um profundo respeito à biodiversidade. Cada vinha é cuidada como um indivíduo, e os processos de produção seguem uma lógica artesanal e atenta. A colheita é manual, realizada em pequenas caixas para preservar a integridade dos cachos. A fermentação ocorre com leveduras indígenas, respeitando o tempo natural de cada mosto, e o estágio se dá em barricas de diversos tamanhos, discretamente utilizadas, permitindo que o vinho evolua com elegância, sem maquiagem de carvalho.
A filosofia da vinícola está ancorada na ideia de que tradição e inovação não são opostas, mas companheiras. Com um olhar voltado para o futuro, mas os pés firmes na história, Artadi organiza sua produção de forma hierárquica, valorizando a origem específica de cada vinho — das expressões regionais às parcelas únicas.
Na Bodega Artadi, fazer vinho não é repetir fórmulas, mas escutar o solo, entender as estações e trabalhar com sensibilidade. É esse compromisso com o lugar — e com as pessoas que o interpretam — que transforma cada garrafa em uma tradução precisa da natureza e do tempo.
OS VINHOS
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