O sonho de Alain Chabanon era criar gado Aubrac – raça que leva o nome do maciço central francês onde se originou. Por isso, ele foi estudar agronomia em Bordeaux em sua juventude. No entanto, ao fazer estágios nos Châteaux bordaleses, seu destino mudou e ele descobriu sua verdadeira paixão: os vinhos. Depois de se especializar em enologia, passou alguns anos ao lado de enólogos de renome como Alain Brumont em Madiran, depois esteve na Córsega e, finalmente, foi diretor de uma cooperativa vinícola em Gard. No entanto, no início dos anos 1990, decidiu ser independente e foi em busca de vinhedos.

“Encontrei o lugar perfeito em Montpeyroux, com vinhas velhas”, diz. Hoje, com 17 hectares de vinhedos em cinco vilas (Montpeyroux, Saint-Saturnin, Jonquières, Lagamas e Saint-André-de-Sangonis), ele é capaz de elaborar vinhos equiparáveis aos do principais crus da França, provando que o terroir do Languedoc é subestimado.

Adepto da biodinâmica, Alain também acredita que “um grande vinho deve ser ainda melhor em 10 ou 15 anos. Você precisa olhar além do imediato”. Seus vinhos são feitos com pouca intervenção, sem adição de leveduras comerciais, mas as técnicas usadas, como o próprio Alain diz, dependem de diversos critérios e podem variar conforme a safra e da variedade. Ele produz – em pequenas quantidades – brancos e tintos que estão hoje entre os mais destacados e cobiçados rótulos do sul da França.