Ana Maria Hespanhol e Hugo Matheus estão por trás do projeto Grau Baumé. Sua ideia de fazer vinhos de pequena escala de forma experimental em diferentes terroirs do Douro começou a tomar forma em 2008. A intenção era usar uvas provenientes de áreas distintas da região demarcada do Douro de forma a testar a influência dos diferentes terroirs, captar as múltiplas personalidades dos vinhedos e castas em diferentes perfis de vinhos.
Ana Maria é filha de Manuel Pinto Hespanhol, da Quinta do Zimbro. Já falecido, ele fez parte de uma geração de vinhateiros independentes que ajudou a mudar a visão do mercado para os vinhos tranquilos do Douro, quando a região ainda era vista quase que exclusivamente como produtora de uvas para Vinho do Porto.
O nome Grau Baumé é uma brincadeira em referência à escala criada pelo farmacêutico francês Antoine Baumé, em 1768, para medir a densidade dos líquidos. É uma escala usada geralmente para verificar a densidade do mosto e descobrir a proporção de açúcar.
O primeiro engarrafamento de Grau Baumé ocorreu em 2009 e a proposta nasceu sem exigências comerciais. A filosofia ateve-se a limitar as intervenções e arriscar mais em busca de algo excepcional: “Sem pretensões, mas com expectativas”. Uma das vertentes são os vinhos naturais e a cultura biológica dos vinhedos. Além disso, há uma seleção extremamente rigorosa das uvas na adega. Com produções extremamente limitadas, cada vinho é desenvolvido da forma com que Ana Maria e Hugo acreditam ser a melhor para cada safra e estilo, sem o uso de químicos, sem filtração, com estágios em barrica controlados para não interferir no vinho.