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No discreto vilarejo de La Combe de Rotalier, no Jura, o Domaine Ganevat é quase onipresente. Desde o final dos anos 1990, Jean-François Ganevat transformou a propriedade familiar em um cult do mundo do vinho. Ele faz parte da 14ª geração de uma família de vinhateiros, mas que até 1976 dividia seus afazeres com a produção de leite – destinado ao célebre queijo da região, o Comté. Nessa época, o pai de Jean-François decidiu dedicar seus poucos hectares somente à viticultura.

Depois de um período em que foi estudar e trabalhar no prestigiado Domaine Jean-Marc Morey, em Chassagne-Montrachet, Jean-François retornou ao Jura em 1998 e assumiu a propriedade familiar. Ao chegar, já passou à viticultura orgânica e, pouco tempo depois, à biodinâmica. Mesmo diante das tradições do Jura, ele incorporou muito da filosofia borgonhesa e seu trabalho se tornou uma referência.

Quase como um alquimista, Jean-François cria, ano após ano, uma quantidade enorme de cuvées nos poucos hectares da família. Cada rótulo é focado em uma parcela do terroir, assim como o tratamento dedicado a cada um deles é exclusivo. Ou seja, nenhum vinho é feito da mesma maneira e, por ano, ele chega a elaborar mais de 40. Com estilo não intervencionista, quase não usa enxofre, costuma envelhecer os brancos sobre as borras por longos períodos (em alguns casos até uma década) e mesmo seus vinhos de estilo oxidativo – tão tradicionais no Jura – tendem a ser mais sutis que os convencionais.

Desde 2021, Ganevat vendeu a propriedade ao investidor russo Alexander Pumpyanskiy, do Domaine Prieuré Saint-Jean de Bébian, no Languedoc, mas Jean-François, juntamente com a irmã, Anne, continuam gerindo o projeto.

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